Sábado, fizemos uma pequena festa no quintal de casa e, dentre os convidados, estava Arlindo, o antigo dono de meu melrinho.
Eita bichinho sapeca, ele. Na frente de todos, recusava-se a dar atenção a Arlindo e, até mesmo, bicou-lhe o dedo com uma voracidade
que nem eu poderia imaginar haver em tal pequeneza.
Mas, quando estavam somente os dois (isso vi de bem longe), o melrinho deixava que o homem se aproximasse, acariciasse sua pequena cabecinha
e assobiasse uma canção.
O melrinho não cantou.
No dia seguinte, novamente, deixei o bichinho ao sol, enquanto eu tentava consertar algumas coisas no jardim (procurando pragas, regando as plantas,
olhando a direção da grama). Ele (admirei-me muito) começou a cantar justamente a canção de seu antigo dono... e assim ficou, durante um bom tempo.
Tentei devolvê-lo, mas Arlindo não pudia mais ficar com ele, pois a esposa já não agüentava mais.
Fiquei com o melrinho... sempre a relembrar seu "amado" dono ao reinventar aquela canção todas as tardes (deve ser o sol que o faz lembrar-se).
Ainda é inverno.
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